quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Grades do Convento



Sua água cristalina em sobressalto
Fazendo curvas de tanto tormento
Olho para o ponto mais alto
E grades de ferro são o momento

Escapam gritos de dor
Gritos que me ferem o coração
Não passa por aqui o barco a vapor
Que os leve segurando na mão

Como vieram aqui parar
De tantas formas e muitas injustas
Alguns eram para sarar
Feridas da sociedade de embuste

Finalmente veio o Abril
Pergunto eu o que nos deu
Nomes e mais nomes são um ardil
Mais manhãs julgo eu

Voltei a minha terra depois dos quarenta
Mais lavada mais composta e mais fria
Sem gente sem miúdos e a agua é barrenta
E lá no alto a sombra é sombria

Parada no tempo descomposta pelo fogo
Vozes que se unem neste tormento
De viver na cova num logro
Mãe quero voltar a ser criança.

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