quarta-feira, 21 de abril de 2010

CASTANHAS

Na encosta virada para o mosteiro

Majestosos e bem imponentes

Lá estão eles de corpo inteiro

Deixando-nos bem contentes

Nasceram há muito noutros tempos

E cresceram mais na minha infância

Eram grandes verdes e castanhos

Com frutos secos cheios de elegância

Nós os pequenos apedrejam os mais altos

Que eram bem difíceis de chegar

Por vezes picávamo-nos e gritávamos

Não sabíamos a hora de terminar

Era o seu cheiro o seu ar tão elegante

Que para nós era de difícil aproximação

Arvores de um porte tão importante

Que todos nós apanhávamos as do chão

Crianças todas elas da mesma idade

Que brincavam este jogos de encantar

Umas vezes apanha da castanha

Outras a correr até ao nosso lar

Não existia maldade nem proveito

Nas brincadeiras que efectuávamos

Este mundo cada vez mais desfeito

Hoje nem sei porque lutávamos

Uma vida que passa a correr

E os cabelos grisalhos aparecem

Os filhos se vêem a crescer

Dentro em breve desaparecem

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Passeio no tempo...



Nesta vida de trabalho onde o sol se foi deitar
Entra a chuva devagar que tarda em partir
São momentos são destinos que vejo no caminho
Sento-me nesta pedra lisa a ver o fiar do linho

Pedras encardidas de tanto trabalho
Com tantas historias de palitos ao retalho
Ficará sempre conhecida pelo Mosteiro
Que para o percorrer levamos o dia inteiro

A terra a serra os seus ares e gentes
Sempre que a subo meus pés ficam dormentes
Levo um sorriso de ter cá voltado
Um doce no siso parto amargurado

No falar a musicalidade do tempo
Que os anos viram passar sobre o vento
Um dia hei-de cá voltar
Para ver este menino a voar